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Janeiro Roxo: SBD/MS revela mitos e verdades sobre a Hanseniase

Conhecida como doença bíblica por ter referências desde 600 antes de Cristo, a Hanseniase é uma doença que até os dias de hoje carrega consigo muitos preconceitos e lendas, por isso, neste dia 29 de janeiro onde se celebra o dia Mundial de combate a Hanseniase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia de Mato Grosso do Sul (SBD/MS) buscou revelar o que é mito e o que é real nesta enfermidade.

Manchas na pele é o principal sintoma da doença?

Verdade. Na maioria das vezes as manifestações cutâneas são os primeiros sintomas da doença, podendo ser manchas, placas, úlceras, nódulos e tubérculos. As lesões normalmente são claras e se localizam em áreas frias do corpo.

Pessoas que estão em tratamento continuam a transmitir a doença?

Mito. Após 15 dias do início do tratamento ocorre a morte de 90% da carga bacilar, cortando a transmissão.

A doença pode levar a óbito?

É raro mais pode acontecer, principalmente por complicações relacionadas a infiltração do bacilos em órgãos importantes como fígado, rins supra renal e coração.

Pode afetar qualquer pessoa até mesmo bebês?

Infectar sim, mas a manifestação normalmente ocorre no período de 5 a 7 anos. A hanseníase é uma das doenças que tem o período de incubação mais longo.

É uma das doenças mais antigas do mundo?

Sim, há vários relatos na bíblia. Naquela época os pacientes eram muito discriminados e construíam até leprosários para o isolamento dos mesmos. Isso acontecia pois não havia conhecimento das causas e medicações para a doença. 

O paciente precisa afastar-se do trabalho ou familiares?

Em caso de transmissão não, pois o paciente em tratamento deixa de transmitir a Hanseniase. No entanto, em caso de descobertas tardias pode haver uma disfunção neurológica de nervos periféricos podendo prejudicar seu desenvolvimento no trabalho, nesse caso há um afastamento para o tratamento.

Extremidades como dedos, nariz, e orelhas podem cair?

É raro, depende da evolução da doença, mas se houver quadros associados de vasculites que chamamos de eritema nodoso necrotizante, onde há perda de tecidos da pele, pode causar lesões inestéticas importantes. O grande problema não é tratar hanseníase, sim evitar as deformidades, amputações que a doença pode causar.

É uma doença que atinge as regiões mais pobres?

Geralmente sim, está muito relacionada com a  falta de saneamento básico. O Maior número de casos é na índia.

O Brasil hoje tem uma quantidade significativa de casos?

Sim, em media 40 mil casos por ano.  É uma quantidade muito expressiva.

Transmissão pode ser feita pelo toque?

Não, o paciente que desenvolve a hanseníase tem uma tendência genética a desenvolver e a transmissão do bacilo se dá pela via respiratória. Sendo assim todos tem contato com o bacilo mas alguns desenvolvem, outros não.

Mensagem do dermatologista e presidente da SBD/MS, Alexandre Moretti

A Hanseniase é uma doença infectocontagiosa com tendência genética a desenvolver e que tem cura. O Tratamento pode durar de 6 meses à 1 ano e pode ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto mais precoce for o diagnóstico menores as chance de sequelas e deformidades, por isso em caso de suspeita busque seu dermatologista.

 

Ariadne Carvalho - Consulta Médica On/Abaetê Comunicação


Publicado 29 de Janeiro, 2018