Sabe aquela receita caseira passada de geração em geração, ou ensinada por uma vizinha? Elas podem fazer muito mal a sua saúde. Culturalmente é comum ouvir: “passa babosa no ferimento que cicatriza”, ou então: “faça um emplasto de mastruz que sara”. O problema é que muitas vezes esses métodos acabam causando piora na lesão.
Foi isso que aconteceu com Adriana Fernandes, que contou sua história para o consultamedicaon.com.br.
“Aos 17 anos percebi algo em meu rosto que parecia com acnes, eram endurecidas, não secavam e aumentavam lentamente, comecei a usar cremes para acne, passei mel com limão, tirei alimentos gordurosos da alimentação, mas não vi melhora. Tempos depois passei a sentir uma sensação de calor, ardor na face, nessa época tentei tudo que pudesse aliviar, creme dental, vick e gelo, mas infelizmente nada resolvia, só machucava mais a pele. Acreditei então, que pudesse ser reação do anticoncepcional e parei, mas também não era. Foi aí que busquei um clínico geral”.
Inicialmente a doença de Adriana foi confundida com acne e a jovem foi medicada com anti-inflamatórios, a lesão aumentou, deixando sua pele com um vermelho intenso e com grande ardor, afetando também sua autoestima. Adriana então fez exames para Lúpus, biópsia da região afetada e foi encaminhada para um dermatologista onde foi diagnosticada com rosácea com pústulas e pápulas.
“Quando iniciei o tratamento meu rosto estava irreconhecível, tinha atingido todo meu rosto, pescoço e tórax. Passei meses em tratamento, voltava à dermatologista a cada 15 dias, tomei vários antibióticos, usei cremes tópicos e cortei alguns alimentos, mas hoje estou bem melhor”.
Adriana ressalta que é fundamental procurar um dermatologista já nos primeiros sintomas. “É importante procurar um especialista o mais cedo possível, antes que a doença se agrave. A rosácea não tem cura, mas tem controle, o resultado é lento, mas confiando em Deus e na medicina dá certo”.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Mato Grosso do Sul (SBD/MS), Alexandre Moretti, tratamentos sem comprovação científica como o uso de ervas medicinais, tratamentos caseiros ou até mesmo o uso de medicamentos sem o correto diagnóstico e orientação médica pode causar complicações ao paciente.
“No caso da rosácea as sequelas podem ser revertidas, no entanto essa cultura de buscar tratamentos caseiros tende a ser perigosa, por exemplo, no caso da Sífilis, Lúpus com acometimento sistêmico, Esporotricose Difusa e HIV, o diagnóstico tardio pode trazer sequelas irreversíveis, por isso, ao notar uma lesão o paciente deve procurar um dermatologista o mais breve possível”.
Moretti frisa também a importância de se consultar com um médico devidamente habilitado. "Os pacientes devem estar atentos para os pseudos dermatologistas, pois é preciso pesquisar se o profissional o qual será consultado fez residência médica na área dermatológica, e está devidamente certificado para tratar problemas de pele".
Para consultar dermatologistas em Mato Grosso do Sul, o paciente pode entrar no site www.sbdms.com.br. “Todos cadastrados neste site são médicos que fizeram residência, prova de título de especialista, tem registro de qualificação de especialidade e estão habilitados a fazer diagnóstico e tratamentos de doenças dermatológicas clínicas, cirúrgicas e cosmiátricas”, afirma o presidente.
Ariadne Carvalho - Consulta Médica On/ Abaetê Comunicação
Publicado 26 de Maio, 2017